Endocrinologia - Marcela Ferrão
 

Endocrinologia Geral

A endocrinologia é uma área da medicina que cuida do sistema endócrino, composto pelas glândulas que secretam os hormônios. Eu, como endocrinologista, faço o diagnóstico e acompanho o tratamento de qualquer disfunção ou doença que envolva estes sistemas.
Os hormônios são substâncias produzidas por glândulas no corpo que são secretadas na corrente sanguínea. A atuação do sistema endócrino é muito ampla e pode ir desde uma leve indisposição que você sente quando acorda até alterações significativas no seu peso.
O meu trabalho, como endocrinologista, é diagnosticar e tratar doenças ou desregulações relacionadas aos hormônios e seu metabolismo.

Geralmente, quando seus hormônios estão desregulados, há uma série de sintomas que podem estar presentes e podemos então iniciar a reposição hormonal. A reposição hormonal não é feita somente para mulheres que estão ou vão entrar na menopausa, já que a produção de hormônio, quando regulada, traz vantagens pontuais a qualquer pessoa. Uma boa noite de sono, um sistema reprodutor em bom funcionamento, um corpo preparado para lidar com desafios e estresses e até um metabolismo eficiente são benefícios proporcionados pela produção dessas substâncias e absorção delas através das chamadas células ativas.
A tireoide é o centro de comando do bom funcionamento do organismo. Localizada na região do pescoço, ela produz dois hormônios que atuam como mensageiros das funções metabólicas, chamados T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Esses hormônios circulam na corrente sanguínea, regulando a função dos órgãos, controlando o metabolismo, a transformação de alimentos em energia e a temperatura.

Você já ouviu falar em hipertireoidismo e hipotireoidismo? O hipertireoidismo é caracterizado pelo aumento da produção de hormônios, já o hipotireoidismo é a diminuição da produção. Quando essa produção está desregulada, ocorre a disfunção tireoidiana. Não deixe de me procurar para entendermos o que está provocando sua disfunção e qual o melhor tratamento para você.
As mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) produzem quantidades levemente aumentadas desses andrógenos.

Essa é uma Síndrome que pode causar sintomas, como: ciclos menstruais irregulares ou ausentes por nenhuma ovulação, infertilidade, ganho de peso, acne, excesso de pelos na face e no corpo, afinamento de cabelos, escurecimento da pele, depressão ou ansiedade e alterações do sono.
A menopausa é identificada após 12 meses de ausência de períodos menstruais. Nesse período, ocorre uma queda nos seus níveis hormonais e dos folículos responsáveis pela secreção dos principais hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona), causando alguns sintomas incômodos.
Diferentemente do que a maioria das pessoas acham, não são apenas as mulheres que sofrem com os sintomas das quedas hormonais com o avançar da idade. Para os homens, o processo é gradual, em que a cada ano, as taxas de testosterona, o hormônio sexual masculino, começam a cair. Essa fase não se dá em uma faixa etária exata da vida dos homens, mas geralmente, os primeiros sintomas surgem após os 50 anos.
A diabetes é uma doença caracterizada pela alteração da produção de insulina, hormônio que é produzido pelo pâncreas e que controla nossa glicemia.

O que provoca a diabetes é o excesso de açucar no sangue. Por isso, o acompanhamento de um endocrinologista é muito importante para pessoas que possuem histórico familiar da doença, que estão acima do peso, que sentem muita sede e muita vontade de urinar e também para pessoas que tiveram uma perda de peso sem um motivo aparente.
Dislipidemias são caracterizadas pela presença de níveis elevados de lipídios na corrente sanguínea. Quando estes níveis ficam elevados, é possível que placas de gordura se formem e se acumulem nas artérias, o que pode levar à uma obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo que chega ao coração e ao cérebro.
O diagnóstico da dislipidemia é feito, laboratorialmente, medindo-se os níveis plasmáticos de colesterol total e suas frações (LDL-colesterol ou “colesterol ruim” e o HDL-colesterol ou “colesterol bom”) e triglicérides.

Existem dois tipos de dislipidemias: que surge devido a fatores genéticos e a que pode ser causada por outras doenças (como diabetes, por uso de medicações, como diuréticos e corticoides) ou pelo estilo de vida sedentário aliado ao consumo excessivo de alimentos gordurosos. A obesidade tem influência significativa no metabolismo lipídico e deve ser encarada como importante fator na sua interpretação e tratamento. Além disso, pessoas com diabetes tipo 2 têm maior prevalência de alterações do metabolismo dos lipídios.
Dislipidemias são perigosas e silenciosas, por isso é importante fazer check up constante.
A osteoporose pode ser definida como uma doença esquelética sistêmica que se caracteriza por redução da densidade mineral óssea (DMO), alteração da microarquitetura do tecido ósseo, e maior risco de fraturas. Ja a osteopenia pode ser considerada como o estágio inicial na evolução da osteoporose.

Sua identificação pode prevenir a progressão da doença e suas complicações clínicas, que podem ser muito sérias quando atingem a coluna ou o quadril, por exemplo.

Existem tratamentos e mudanças no estilo de vida que ajudam a aumentar a massa óssea e, com isso, prevenir a Osteoporose como manter uma dieta saudável, com quantidade adequada de proteínas e calorias, e grande consumo de alimentos que contenham cálcio e vitamina D, atividade física regular, não fumar ou parar de fumar e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas.

Se não for detectada, precisaremos intervir com remédios para desacelerar a perda óssea. Entre eles estão:
Bisfosfonatos: são medicamentos que reduzem a reabsorção do osso.
Medicações que agem de forma semelhantes ao estrogênio (hormônio feminino): são remédios que funcionam como os estrogênios nos ossos.
Além disso, eles ajudam a reduzir o risco de câncer de mama em mulheres que tenham risco elevado, entre eles raloxifeno e tamoxifeno.
Terapia hormonal: indicado para mulheres que apresentam sintomas da menopausa (ondas de calor, por exemplo). Além de melhorarem os sintomas, a terapia hormonal ajuda a melhorar a massa óssea também.
PTH ou PTH-rp: eles são hormônios que agem aumentando a formação do osso.
Eles são usados apenas após outras medicações terem sido tentadas e podem ser usados por 2 anos, no máximo.

Por isso, não deixe de se consultar!
Você sabia? É papel do Endocrinologista de indicar a reposição hormonal nos casos de transexualidade.

A mulher transexual costuma fazer a terapia hormonal com Estradiol, que é o principal hormônio produzido pelo ovário da mulher e responsável pelo desenvolvimento de diversas características femininas. Já para os homens transexuais, o tratamento deve ser feito com aplicação da testosterona, que pode ser injetável ou tópica (gel).