Se você nunca teve grandes dificuldades para manter ou perder peso antes, mas agora o ponteiro da balança não sai do lugar, saiba que existe uma razão científica para isso: conforme envelhecemos, nossos corpos acabam não respondendo da mesma forma aos esforços para emagrecer. Além disso, a tendência é que, com o avanço da idade, tenhamos um aumento de meio quilo a um quilo por ano. Mesmo que em um primeiro momento possa parecer pouca coisa, com o passar do tempo esses aumentos podem representar um ganho de peso significativo podendo, inclusive, levar à obesidade, condição que é marcada por um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou mais.
A incidência de obesidade tende a aumentar por volta dos 20 anos, atingindo o pico entre 40 e 59 anos e, posteriormente, diminui após os 60 anos.
Nesse ponto vale ressaltar que nem todo mundo vai ficar acima do peso à medida que envelhece, uma vez que o peso corporal é diretamente influenciado por questões genéticas, escolhas alimentares e nível de atividade física.
A seguir, entenda a relação entre ganho de peso e idade
1. Células de gordura também envelhecem
Diversos estudos discutem sobre conceitos relacionados ao tecido adiposo, especialmente a fibrose e a senescência (envelhecimento). Estes mesmos estudos comprovam que a quantidade de fibrose na gordura pode ter relação com uma maior dificuldade de perder peso (com e sem cirurgia bariátrica), provavelmente porque a energia da gordura fica “presa” no interior do tecido fibrótico; ao mesmo tempo, essa fibrose pode ocorrer devido a um envelhecimento mais rápido das células de gordura, associado não somente ao tempo, como também à inflamação e distribuição de gordura, visto que a gordura visceral maior contribui mais para essa senescência da gordura subcutânea.
Sendo assim, células de gordura que envelhecem mais rápido também acabam contribuindo para que o perfil metabólico seja pior (alteração lipídica, glicemia alta, resistência à insulina, etc). Ou seja, esse dado é um importante indicador capaz de explicar porque após muito tempo com obesidade, pode ser mais difícil perder peso.
Ainda é preciso descobrir muitas outras coisas, como quem são as pessoas que tem mais fibrose; quais são os demais fatores capazes de aumentar a fibrose e o envelhecimento; e se tratamentos específicos para retardar o envelhecimento da gordura representam uma opção de tratamento para obesidade e demais doenças metabólicas.
2. Mudanças hormonais
Tanto homens quanto mulheres sofrem mudanças em seus níveis hormonais durante o processo natural de envelhecimento, o que acaba facilitando o ganho de alguns quilos.
Para as mulheres, durante o período da menopausa – que geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos – há uma redução significativa no estrogênio, fator esse que acaba estimulando o surgimento de quilos extras na barriga. Essa mudança pode resultar em um ganho de peso mais perceptível, além de aumentar o risco de doenças cardíacas, hipertensão, diabetes tipo 2 e colesterol.
A perimenopausa (período que antecede a menopausa) também pode contribuir para o aumento de peso, visto que tende a afetar o humor, o que faz com que a mulher enfrente dificuldades para seguir uma dieta saudável e um plano de exercícios adequado. Como resultado, o ganho de peso durante a transição para a menopausa é de, aproximadamente, dois quilos.
Os homens, por sua vez, à medida que envelhecem sofrem com uma queda significativa na testosterona. O hormônio tende a diminuir de forma gradual a partir dos 40 anos a uma taxa de 1 a 2% ao ano. A testosterona é responsável por regular a distribuição de gordura, além de massa muscular, força, dentre outras coisas. Ou seja, seu declínio faz com que o corpo seja menos eficaz no que se refere à queima de calorias.
3. Seu metabolismo está mais lento
A redução da massa muscular provavelmente vai diminuir o metabolismo, um processo bastante complexo capaz de converter calorias em fonte de energia. Ou seja, ter mais gordura e menos músculos reduz a queima de calorias. Além disso, diversas pessoas ficam menos ativas com o avanço da idade, o que também acaba contribuindo para um retardamento do metabolismo. Entretanto, a idade não é o único fator que determina sua taxa metabólica – o sexo e o tamanho do seu corpo também desempenham um papel importante. O mesmo acontece com determinadas condições de saúde como, por exemplo, o hipotireoidismo.
4. Rotina sedentária e estressante
Devido à sua rotina profissional agitada, você provavelmente vai se mover menos e pode ser que fique sentado(a) por horas.
Além disso, você também pode ficar demasiadamente ocupado para fazer uma pausa para o almoço, aumentando as chances de comer muito rápido, engolir algo ultraprocessado ou mesmo pedir comida para viagem com muitas calorias. Outro fator importante a ser considerado é o aumento do estresse relacionado ao trabalho, que pode contribuir para um aumento do nível de um hormônio chamado grelina, que deixa você com mais fome.
5. Mudanças no estilo de vida
Em alguns casos, o ganho de peso na meia-idade não tem nenhuma relação com o que está acontecendo dentro do corpo e sim, com o estilo de vida que as pessoas começam a levar conforme a idade vai avançando. Uma das principais mudanças acontece quando você inicia uma família.
Isso porque a hora que você passava na academia após o trabalho começa a ser dedicada com os filhos pequenos em casa. E mais tarde, o tempo após a escola dos filhos é preenchido com dever de casa, brincadeiras e outras atividades que requerem a sua atenção. Como resultado, sua dieta e sua dedicação às atividades físicas podem diminuir, o que acaba facilitando o ganho de alguns quilos.
Consulte um profissional especializado
Ter o auxílio de um profissional para manter uma rotina alimentar adequada às suas necessidades pode ser a peça-chave no que se refere à perda de peso saudável.
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